Fotógrafo em Destaque: Itaci Batista

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O encantamento da fotografia de moda e comecei em 1965 no laboratório de uma agência de notícias, o que me ensinou muito sobre enquadramento de tanto ver os trabalhos de vários fotojornalistas da época. Tudo que me traz desafios, novidades e expectativas. Atualmente fotografo também cirurgias de animais para uma amiga veterinária. Gosto de fotografar cesarianas de cachorros da raça Bulldog e outros de grande porte.

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Nasci no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1947, numa família de classe média. Na verdade sempre fui um autodidata, não passei por nenhuma escola de fotografia nem faculdade, sempre busquei o conhecimento através de pesquisas, observações, tentativas e fui atrás dos meus sonhos. Atualmente, com meus 67 anos de idade e 50 anos de profissão, entendi que para ser fotógrafo não basta conhecer técnicas e equipamentos, é preciso ter vivência, experiência de vida, sublimar e superar dificuldades, saber viver os momentos. A vida é feita de alegrias e tristezas e os momentos de verdadeira felicidade às vezes são curtos.

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Sempre encarei a fotografia como um “estado de espírito”, gosto de ser livre nos meus temas, mas profissionalmente muitas vezes preciso seguir regras e demandas de clientes, o que faço tranquilamente. Quando se é jovem, a aventura é bem vinda e podemos correr riscos, o que fiz durante muitos anos começando por Paris, onde trabalhei de 1972 a 1977 para muitas revistas femininas.

ANOS 70 PARIS

O diretor de arte (Benoist Gironiere) da revista Femme Pratique foi quem me deu a maior liberdade de expressão com as minhas imagens Após esta publicação em 1972, todas as portas se abriram na Europa.

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Em Paris, morei durante cinco anos no pequeno Hotel St. Andre des Arts na rua do mesmo nome em St.Germain de Prés. Lá moravam modelos, fotógrafos, atores e atrizes de diferentes nacionalidades, hoje famosos ou até mesmo aposentados. Era uma verdadeira festa e um grande aprendizado de vida e relações humanas. Hemingway talentosamente retratou muito bem este tema em “Paris é uma festa”.

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Viajei muito, conheci alguns países da África e me apaixonei pelo Kenya onde acabei trabalhando por algum tempo como RP para uma empresa de safáris. Nesta fase da minha vida foi quando aprendi a nadar com os tubarões, lidando com os mais variados tipos de personalidades de grandes empresários e homens de negócio.

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Em 1977, voltei a São Paulo, Brasil e dei continuidade a minha fotografia na área de moda, trabalhando para as grandes revista femininas, catálogos e publicidade, mas a inquietude da aventura continuava e as coisas ficaram pequenas, faltava algum complemento. Decidi me aventurar na Alemanha e fui parar em Munique. Logo que cheguei, com um enorme portfólio de publicações, fui representado por um super agente, Hugo Mayer da “Mayer Northen Group”, o trabalho aconteceu rapidamente. Vogue Alemanha, Eltern que já vinha me procurando pelas publicações parisienses e os famosos catálogos alemães. O preço da minha diária? Muito, mas muito bem pago! Fiquei por alguns meses, mas não aguentava o frio intenso e acabei retornando ao Brasil onde continuei meu trabalho e os meus ganhos financeiros eram maiores pela minha fama.

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Diversifiquei minha fotografia, fui para a foto de culinária, produtos, trabalhei durante 8 anos fazendo os catálogos de moda, lingerie e cosméticos da Avon. Atendi também grandes marcas brasileiras das mais diversas especialidades, como São Paulo Alpargatas, bicicletas Caloi, Pão de Açucar e outros.

Sempre foquei muito na linha editorial onde desenvolvi muitos trabalhos com várias revistas, porém no Brasil só se via fotografias a cores, o b&w era esquecido, muito pouca coisa era feita.

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Cansado da mesmice, resolvi me aventurar, desta vez na fotografia B&W no início dos anos 2000 quando criei meu primeiro livro Insights – Espelhos da Vida, obra com 22 imagens e 22 pequenos poemas que retratam o valor da vida. Foi uma verdadeira dificuldade de publicar a obra porque o livro não era convencional, as páginas são soltas para que as pessoas possam mudar a ordem conforme estiver se sentindo naquele momento. Finalmente após um ano de tentativas, o presidente da Real Seguros olhou o projeto e o patrocinou com quatro mil cópias e uma grande exposição na Av. Paulista e livro esgotou rapidamente.

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Em 2003, publiquei meu segundo livro, Mutações- o Jardim da Vida, pela CMS Editora. Esta obra é composta de 35 imagens B&W de folhas e galhos que representam emoções, sentimentos e insetos e cada imagem é acompanhada de pequenos textos de pessoas famosas, escritores, artistas plásticos, jornalistas e outros. Continuei minha saga B&W e acabei na revista Playboy onde desenvolvi um ensaio baseado num ícone do erotismo, Histórias de Ó, com 12 páginas.

Capa do Livro Mutações / ITACI BATISTA

Em 2008 participei de Segunda Bienal de Fotoperiodismo do México, com algumas fotos da série Guerreiros do Viaduto. Durante dois anos documentei treinos e lutas de boxe do projeto social Garrido Boxe em baixo do Viaduto, este projeto visava a inclusão de atletas menos favorecidos a se tornarem conhecidos e muitos deles acabaram obtendo sucesso. Hoje o projeto está sem apoio. Ainda existe, mas não com o sucesso daqueles anos.

Guerreiros do Viaduto / AE

Todas as fotos deste projeto foram feitas com filme superia 400, uma Nikon FM2 e objetiva de 35mm F.2, os filmes foram escaneados no Frontier e virados para B&W em photoshop e tratados com pequenos ajustes rápidos. Muitas das minhas fotos publicadas no Flickr estão espalhadas por várias mídias, impressas e virtuais, como vários portais de internet e podem ser vistas pelo Google nas publicações em meu nome. Normalmente hospedo minhas imagens para venda no meu banco de imagens.

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Atualmente nos meus momentos livres, me dedico ao que chamamos hoje de street photo o que nos velhos tempos era apenas fotografia ou reportagem ou como os ingleses denominavam, “snapshoots”. Os tempos atuais trouxeram novas denominações a muitas coisas, tudo é rápido, descartável, imediato e se a gente não entra na roda, vai ficar de fora.

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Não sei como os outros encaram ou entendem o street photo, para mim é apenas o momento de uma cena, um grafite, algo que represente o local onde se está, um documento de uma época, uma cidade, o povo, um retrato, uma luz interessante, às vezes algo óbvio, às vezes algo inusitado, uma somatória de imagens das mais variadas. Às vezes chego a fotografar 4 a 5 imagens de uma mesma cena que contam uma pequena história de um momento. Gosto do Street Photo em B&W porque acho que fica mais real com a vida.

Como disse antes, a fotografia para mim é e sempre será um estado de espírito.

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Sou fã do Flickr desde 2009 quando entrei, acho um site ótimo e de excelente apresentação para expor minhas fotos e conhecer trabalhos de muitos outros fotógrafos, amadores e profissionais, minha fidelidade ao Flickr é real e olha que já fui convidado a conhecer outros. É excelente quando um cliente quer conhecer meu trabalho, envio o link em Álbuns e ele escolhe ver o que interessa.

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Obrigado por contar sua história, Itaci!

Para ver mais do trabalho do Itaci, você pode visitar a conta do Flickr dele e siga-o se quer ficar de olho nas novas fotos.