Fotos mostram um lado dos cosplayers que você não vê nas convenções

Como muitas pessoas, o fotógrafo de retratos Corey Hayes gostava de quadrinhos quando era criança, mas não tinha muito interesse neles quando adulto. Então quando ele foi à Comic Con de Nova Iorque em 2008, ele esperava revisitar sua juventude, e estava curioso em ver como era o evento. Mas assim que ele viu como os “cosplayers” — fãs fantasiados como seus personagens favoritos de quadrinhos, filmes ou animes — atraíam a atenção dos outros visitantes, ele sabia que ali havia uma história fotográfica esperando pra ser contada.

(Veja lá embaixo do artigo um vídeo bônus com Corey)

“A reação que os visitants tinham dos cosplayers me lembrou de crianças vendo o Mickey Mouse na Disneilândia,” Corey conta ao Weekly Flickr. “Eles eram vistos como estrelas de rock, e isso me fascionou, porque eu sabia que essa não podia ser a personalidade deles todos os dias.” Apesar de Corey saber que os cosplayers já tinham sido fotografados milhões de vezes, ele nunca tinha visto uma série que mostrasse estes fãs tanto com e sem fantasia. “É realmente a pessoa fora da fantasia que me fascina mais.”

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Photos by Corey Hayes

Corey começou a tirar fotos com seu telefone, e apesar de muitos desses fãs cheios de adornos terem viajado grandes distâncias para ir à convenção, ele achou alguns deles que eram de Nova Iorque e que aceitaram ir ao seu estúdio para um retrato. Devido à grande conexão entre a comunidade de cosplayers, não demorou muito até que ele tivesse material o suficiente para fotografar e a série AlterEgo nasceu.

Photo by Corey Hayes
Photo by Corey Hayes

Uma vez que os cosplayers criam suas fantasias do zero, o processo de achar, fazer e juntar os pedaços e itens separados da roupa pode ser envolvido também. Ruby Rinekso, que aparece na série AlterEgo como o vilão do Batman Morcego Humano, também gosta de se fantasiar da versão televisiva dos anos 60 do próprio Cruzado Mascarado. Mesmo sendo um veterano no cosplay (Ruby já interpretou diversos personagens diferentes), ele achou um verdadeiro desafio na máscara do Batman. Corey explica, “Ele tentou criar o capuz … várias e várias e várias vezes e nunca parecia certo.” Mas implacável, Ruby procurou por ajuda de experts. “Ele procurou o criador do capuz original do programa de tv de 1960, fez com que ele tirasse um molde original da cabeça do Adam West, e esse é o capuz que ele usa.”

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Photo by Corey Hayes

Outro cosplayer, Al Vasquez, interpreta apenas o Batman. Desde que ganhou sua primeira fantasia do Batman aos 4 anos, ele passou anos colecionando e refinando todos os tipos de itens e gadgets, incluindo capuz, cintos, “baterangs,” e arpões. Ele até usa sua fantasia para visitar hospitais infantis, dando uma chance à crianças doentes de conhecerem o Batman enquanto estão lá.

Com a evolução da série, Corey ficou fascinado em como as pessoas se transformavam quando vestiam suas fantasias. Ele se lembra de fotografar Gina, uma menina tímida de 16 anos que interpreta uma personagem de anime japonês chamada Gou Matsuoka. “Quando ela chegou, ela estava muito nervosa e meio desconfortável. Mas quando ela colocou a fantasia, apareceu uma confiança completa de se tornar o personagem. Eu vi isso várias vezes durante toda a série.”

Photo by Corey Hayes
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Corey também ficou encantado em descobrir o quanto cosplay era popular. “Eu acho que uma das razões pelas quais as pessoas amam fazer isso é que existe uma comunidade tão incrível entre os cosplayers,” ele diz. Tem algo neste hobby tão incomum que une as pessoas. “Algumas dessas pessoas viram seus amigos mais próximos.”

Photo by Corey Hayes

Apesar da paixão que os cosplayers mostram parecer excessiva aos outros, os encontros de Corey com o poder de transmitir confiança e aceitação chegou ao seu ápice quando a série foi exibida em um artigo no BuzzFeed. Um comentarista descreveu que, no colegial, ele tirava sarro de seus colegas que gostavam de RPG e cosplay, mas que ver a série de Corey o ajudou a entender o apelo do hobby e a humanidade por trás daqueles que o fazem. Seus comentários culminaram em uma desculpa pública e bem específica àqueles que ele tinha ridicularizado quando adolescente. Para Corey, aqueles comentários fizeram toda a série valer a pena.

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Seja fotografando os retratos dos cosplayers ou de seus clientes famosos, Corey diz que está sempre buscando a mesma coisa. “Como um fotógrafo de retratos, meu objetivo é sempre achar o melhor nas pessoas. Cosplay pode parecer muito de nicho e nerd para muita gente, mas não é. Eles são pessoas realmente incríveis e eles só tem uma saída muito louca e colorida para seus interesses. ”

Visite a conta de Corey Hayes para conhecer mais da série AlterEgo e de seus retratos.

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